MARCUS H. MARTINS: Todos choravam e ninguém dizia nada. Ele então percebeu, da maneira que somente Deus poderia fazê-lo, que o povo queria que Ele tardasse um pouco mais. Eles queriam que o Salvador realizasse os milagres tão esperados.
JOHN W. WELCH: Ele disse que estava para partir, mas permaneceu para realizar mais milagres. Até mesmo o coxo e o cego estavam em Abundância. Foi um evento extraordinário! Eles não sabiam quanto tempo Ele ficaria entre o povo. Mas, de sua própria e livre vontade, haviam se dirigido ao templo naquele dia, porque queriam saber o que deveriam fazer em seguida. Ele os convocou e o povo se aproximou, reunindo-se no templo. Eles não colocavam os nomes das pessoas numa lista de oração e sim faziam com que elas viessem diretamente ao templo, tanto à direita como no centro, e Jesus curou-os um por um. (veja 3 Néfi 17:5–9).
MARCUS H. MARTINS: Cristo pediu à multidão para que trouxessem a si as criancinhas. Então, a multidão se abriu em forma de círculo, um pequeno círculo ao redor do Salvador. Eles trouxeram todas as crianças e as colocaram aos pés de Jesus.
JOHN W. WELCH: Jesus então – e isso é omitido com frequência – ofereceu uma solene oração em nome dos pais daqueles pequeninos. E palavras não podem expressar o conteúdo de Sua oração (veja 3 Néfi 17:21).
MARCUS H. MARTINS: Jesus orou usando palavras maravilhosas, e eram palavras tão belas, tão grandiosas e poderosas que Sua oração não pôde ser escrita. Depois disso Ele chorou, o que foi uma reação interessante – a reação de um ser ressurreto, de um membro da trindade. Ali estava o Deus de Israel, o Deus de toda a terra, e estava chorando. E Ele disse que chorou por causa da fé do povo. Então, Ele tomou os pequeninos, abençoou-os um a um novamente, e disse à multidão que olhassem para eles. Então, quando assim o fizeram, os céus se abriram e anjos desceram dos céus, seres glorificados, e cercaram aqueles pequeninos, e ministraram entre eles (veja 3 Néfi 17:20–23).
A multidão presenciou esse evento. Mórmon não nos contou se eles ouviram o que os anjos ministraram às crianças, mas o que sabemos é que dois dias depois, no terceiro dia da visita do Salvador entre os nefitas e lamanitas, Ele soltou a língua dos pequeninos e até crianças de colo abriram a boca e proferiram coisas maravilhosas. As palavras ensinadas foram extraordinárias, e foi extremamente significativo que crianças as proferissem tanto aos pais como às mães, em vez de somente aos pais. Tais palavras eram tão maravilhosas que não puderam ser escritas. Mórmon, então, declarou especificamente que até mesmo criancinhas de colo proferem coisas sagradas. Talvez tenha sido um efeito do ministério daqueles anjos, e com certeza demonstraram que, no reino de Deus, crianças não ficam em segundo plano. Elas não são cidadãos de segunda classe, na verdade estão no centro dos milagres e dizeres extraordinários. (veja 3 Néfi 26:16).
Foi uma cena muito comovente que nos deu uma clara compreensão sobre o que acontece no coração do Salvador quando Ele leva em conta a fé e a pureza do Seu povo.
MONTE NYMAN: Provavelmente esse é um dos capítulos prediletos do Livro de Mórmon de muitas pessoas, pois demonstra o amor e o respeito do Salvador pelos pequeninos, e como devemos amá-los e respeitá-los. Possuímos uma enorme responsabilidade como pais e mães de Israel, e o capítulo dezessete é o exemplo ideal do amor que Jesus tem por nós, como Seus filhos, a quem adotou espiritualmente, se viermos a Ele.
JOHN W. WELCH: No Velho e no Novo Mundo ele pediu que as crianças fossem levadas a Ele, pois somente se nos tornarmos como criancinhas, seremos capazes de despir-nos do homem natural e fazer com que o sangue de Cristo seja completamente efetivo em nossas vidas.
KENT BROWN: Para aqueles que não acreditam numa ressurreição física, há um mar de testemunhas diante deles que são as pessoas que disseram: “Nós O vimos.” E parece-me que é quase algo impossível de se fazer, pois, de fato, é necessário ser desonesto para com os textos, desonesto para com os registros que estão ao nosso dispor.
JOHN S. TANNER: É uma história de progresso, para mim. É uma história de transformações. Vemos apóstolos que ficaram temerosos quando Jesus foi preso, mas que se encorajaram e viajaram por todo o mundo.
JUAN HENDERSON: Quando chegou, Jesus apareceu aos apóstolos. Disse-lhes que deviam aguardar o Confortador ou a promessa do Pai que viria sobre eles, antes que começassem seu ministério mortal. Assim, os apóstolos reuniram-se no Cenáculo e ouviram o soprar de um vento em sua direção (veja Atos 2:2). O Espírito do Senhor desceu sobre eles, e então saíram e – Pedro deu um poderoso sermão sobre o Senhor ressurreto e como todos precisavam arrepender-se e vir a Ele (veja Atos 2:14–39).
JOSEPH FIELDING MCCONKIE: Toda vez que prestavam testemunho, testificavam dois princípios: o primeiro é o fato que Jesus foi o servo sofredor que havia precisado morrer. Agora, com a confiança nessa mensagem eles começam a explicar sobre a cruz. E o segundo principio era a realidade da ressurreição de Cristo. Eles eram testemunhas oculares. Todo o paradigma sobre como ensinar o evangelho desenvolveu-se a partir disso.
JUAN HENDERSON: Pedro e João foram visitar o templo. Lá havia um homem coxo de nascença que estava nas escadas pedindo esmolas. Ele sempre estava por ali, diariamente. Então o coxo pediu esmola a Pedro que respondeu: “Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (Atos 3:6). Então Pedro tomou-o pela mão direita, como se soubesse que o milagre já acontecera, levantando-o. E todos os ossos das suas pernas e dos seus pés se firmaram, e ele começou a saltar de alegria por ter sido curado. Ninguém teria sido capaz de realizar tal milagre se não conhecesse a fonte do poder que estava em si […] em um dado momento.
JOSEPH FIELDING MCCONKIE: Ali estava Pedro, e ele estava na posição de ensinar, e dizia: “Testifico-lhes que Jesus é o Cristo. E estas são as mãos que coloquei nas Suas feridas, no seu lado, e o abracei. Estou aqui para testificar-lhes que foi verdadeiro, que abracei o Cristo ressurreto da mesma maneira que O abracei durante o ministério, e eu O conheço. Estas são as mãos que O tocaram, estes são os olhos que O viram e estas são as orelhas que O ouviram. E isso é tão poderoso, é tão real, devido ao poder que estava em Seu testemunho, o poder da realidade disso tudo. Então, esse evento tornou-se o mais confirmado de toda a história da terra no que se refere a assuntos espirituais.
KENT BROWN: Eles O viram. Eles O viram e O tocaram. Nós O vimos. Vimo-lo comer. Nós O abraçamos. Há algo físico, palpável e convidativo em tudo isso para todos nós: que Jesus é real e está vivo. E esse é o meu testemunho que Ele está vivo, que vive hoje.
GAYE STRATHEARN: As palavras de Paulo aos coríntios envolviam a esperança renovada que ardia nos corações dos primeiros discípulos. Nos corações das duas Marias e de Salomé, quando descobriram que a pedra havia sido movida, nos corações de Pedro e João quando correram para o sepulcro, encontrando-o vazio, e nos corações de milhões em todo o mundo, quando naquela manhã o anjo pronunciou talvez as palavras mais importantes de toda a história: […] “Ele não está aqui, pois está ressuscitado” (Mateus 28:6).
A ressurreição de Jesus Cristo, como confirmada pelos discípulos do Velho Mundo, também foi confirmada por milhares de testemunhas no Novo Mundo. Todos testificaram que o Salvador triunfou sobre a morte quando tocaram as marcas do cravo e foram abençoados, um por um, pelas mãos que ainda guardavam as marcas da crucificação. Enquanto o mundo cristão espera pela segunda vinda, cabe a cada um de nós ponderar sobre o dia em que também nos encontraremos com o Salvador ressurreto – o dia em que todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus é o Cristo.