JOHN TANNER: Kent, você analisou a segunda vinda . de maneira extraordinária. Quando penso sobre ela, concluo que o próprio Jesus forneceu a maior fonte de informação sobre a segunda vinda. Todos os quatro evangelhos apresentam-no falando abertamente sobre o Seu retorno. Ele o fez em parábolas e em profecias, com clareza. Ele proclamou que retornaria à Terra lá no Monte das Oliveiras onde Jesus respondeu à pergunta fervorosa dos discípulos: “Quando serão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mateus 24:3).
ERIC D. HUNTSMAN: Mateus 24 é a narrativa mais completa que temos do que é denominado “sermão do Monte das Oliveiras,” onde Jesus falou aos discípulos sobre a futura destruição de Jerusalém e Seu eventual retorno.
E acho que a época que esse discurso aconteceu foi muito importante para os discípulos. Ele precisava prepará-los de certa forma. Todas as suas expectativas messiânicas estavam para se desfazer. Muitos deles podiam ainda estar apegados à visão contemporânea de que o Messias seria um libertador militar e político. O que Ele sabia era que em poucos dias estaria morto num sepulcro e Seus discípulos estariam muito, muito confusos. Portanto, foi muito importante que os informasse sobre a gloriosa restauração de Israel e que governaria e reinaria como rei, mas aquele não era o momento.
RICHARD D. DRAPER: Jesus não lhes revelou uma data. Em vez disso, Ele deu-lhes uma série de circunstâncias. Então, a Segunda Vinda está mais ligada a fatos que a uma data – quando você as vir, então saberá que estou à porta: Versículo seis: “E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai não vos assusteis.” É interessante o fato de o Senhor ter dito que guerras continuariam a acontecer. Elas são simplesmente endêmicas; fazem parte da história da humanidade e não devemos esperar que diminuam nos últimos dias. Na verdade, o Senhor viria a dizer que se agravariam.
Elas se tornariam mais sórdidas, mais feias; se tornariam mais amplas. “Mas mantenham a sua fé, porque Eu ainda estou no comando.” No versículo 14, lemos: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” Ele não diz que haveria nenhuma conversão nessas nações. Conversão não é necessário. No entanto, o evangelho precisa ser pregado a todas as nações, somente então o Senhor retornará.
ERIC D. HUNTSMAN: Uma das coisas que faz Mateus 24 – essa narrativa do sermão do Monte das Oliveiras – tão mais extensa do que as versões em Marcos e Lucas, é que as profecias que todas têm em comum são seguidas de ensinamentos específicos do evangelho de Mateus. Gosto de denominá-las de “as parábolas da vigilância.” Adoro o versículo 27: “Assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem.” A imagem é que, quando o relâmpago se mostrar tão brilhantemente de um lado do céu, ele poderá então ser visto completamente até do outro lado, e o retorno final de Cristo será tão evidente como essa imagem.
JOHN TANNER : É nesse momento de enorme aflição para os seguidores da retidão, quando todos parecerão perdidos, que uma das profecias de Jesus sobre a segunda vinda em glória será cumprida. Ela é mencionada em Mateus 24.
GAYE STRATHEARN: Sim. “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mateus 24:30).
KENT BROWN: Fazendo essa associação – a visão aparecerá no Monte das Oliveiras – até mesmo o toque de Seu pé fenderá o monte em questão, separando-o. Como sabem, Jesus primeiro chegará em Belém em total obscuridade. Dessa vez, no entanto, todos o reconhecerão. Como João nos diz: “todo o olho O verá” (Apocalipse 1:7).
RICHARD DRAPER: ““Ninguém sabe o dia e a hora” mas Paulo menciona algo interessante aqui. Ele disse que ninguém sabia o dia e a hora, mas dirigiu-se aos santos tessalonicenses da seguinte maneira: “Vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão. Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas”. Então, Joseph Smith, ou o Senhor, se aprofundou nessa questão na seção 106 de Doutrina e Convênios. Ele disse aos Santos dos Últimos Dias: “Sejais os filhos da luz e esse dia não vos surpreenderá como um ladrão ( Doutrina e Convênios 106:5).
Em Amós 3:7, lemos: “O Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas.” E sendo esse o caso, temos certeza que os santos não serão pegos desprevenidos, pois o Senhor revelará aos santos através do profeta. Entretanto, essas parábolas deixaram claro que o Senhor enfatizara que, quando soubermos o dia e a hora, será tarde demais para nos prepararmos. Na parábola das dez virgens, no clamor pela vinda, o noivo está para chegar. E o que acontece é que ou estamos com nossas lâmpadas repletas de azeite, ou não […] E se nossas lâmpadas não estiverem repletas de azeite, não estaremos preparados para o grande dia.
GAYE STRATHEARN: Qualquer pessoa que estudar os sinais da segunda vinda de Jesus compreenderá que, juntamente com a pregação do evangelho a todas as nações, com a coligação de Israel, também haverá uma coligação de exércitos para lutarem contra os fiéis. As escrituras indicam que essa batalha culminará com os exércitos se amontoando aqui no Vale da Decisão, para a batalha do Armagedon.
ROGER KELLER: Essa batalha final parece ser uma batalha mundial entre o bem e o mal. É uma batalha religiosa, mas não será uma batalha entre diferentes religiões ou seitas religiosas. Será muito parecida com a batalha final que os habitantes de Qumran vislumbraram entre as forças de Deus contra as forças do mal, quando Deus seria o vencedor final.
ALISON COUTTS: Em Zacarias, há um ataque quádruplo aos filhos de Israel. Há a captura, a pilhagem, o abuso das mulheres e o exílio de 50 por cento de todos os que sobreviveram a destruição toda. E essa é uma metáfora do que acontecerá na grande batalha final, ela será tanto uma batalha de almas como uma batalha física.
ROGER KELLER: Esse conflito englobará o mundo todo e ninguém ficará de fora. A Babilônia é um símbolo de tudo o que é negativo, de tudo o que seria destruído e desapareceria. Contudo, essa será uma batalha terrível que incluirá os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Eles não ficarão imunes da dor e do sofrimento desse conflito.
JOHN TANNER: Essas escrituras apocalípticas podem nos dar medo e levar muitos a especularem. Às vezes, penso que essas duas coisas são bem desvantajosas para a minha expressão religiosa. Essas passagens foram-nos enviadas pelo Senhor de maneira extraordinariamente misericordiosa para que nos acautelássemos das coisas que estão por vir.
É importante saber quando virão as calamidades que foram reveladas, que são parte do plano geral do Senhor para este mundo. Não sabemos taticamente o que acontecerá em cada batalha, não sabemos de todos os detalhes. Mas sabemos de forma geral que algumas coisas acontecerão nos últimos dias desta dispensação.
GAYE STRATHEARN: Quando Jesus descer das nuvens, em meio ao fogo e de grande glória, quando Seus pés tocarem a terra novamente, aqui no Monte das Oliveiras onde ele caminhou há milênios, Ele liderará o extraordinário e pacífico milênio.
ANDREW SKINNER: De fato, lançando mão de um vocabulário bastante vívido e famoso, o profeta Isaías descreveu o reino milenar de Jesus Cristo. Foram estas as suas palavras: “Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com equidade aos mansos da terra (…) E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins. E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará (…) Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Isaias 11:4–9).
GAYE STRATHEARN: Isso é algo que realmente vale a pena esperar, não é mesmo.
ANDREW SKINNER: De fato é.
SUSAN EASTON BLACK: A vinda de Jesus será em nuvens de glória, e a segunda vinda do Salvador será um evento mundial, há muito esperado pelos cristãos desde a morte de Jesus Cristo. Quando Ele voltar, será o início desse surpreendente reino milenar. Quem o acompanhará? Os justos o acompanharão. Até mesmo os justos que ainda estiverem nos túmulos se levantarão. Será uma ocasião maravilhosa para eles. Será uma ocasião maravilhosa para os pais que terão a oportunidade de criar os filhos para a salvação.
JOHN TANNER: Existe um tipo de simetria na maneira que o Senhor planejou a história, não é mesmo? O início aconteceu num estado paradisíaco, e estamos nos movendo rumo a um estado paradisíaco, só que mais exaltado, porque não estamos somente retornando ao início e sim a algo bem maior, e não retornaremos como indivíduos solitários. Os grandes esforços, o trabalho do milênio – o nosso trabalho será o trabalho familiar. É um cenário de gerações, é um entrelaçamento de coisas, e o Senhor Cristo conduzirá ao Pai o reino que um reino de famílias unidas por convênios.
VIRGINIA H. PEARCE: Existe uma espécie de solidão em todo coração humano, e separação, sobre a qual não falamos muito. Mas se um olhar para a maneira que nos comportamos, estamos agindo de modo a dar um fim a essa solidão, e todos agem dessa maneira. “Será que o dinheiro me fará sentir menos vazio?” “Existe uma pessoa em algum lugar a quem possa amar e então nunca me sentirei só novamente?” “Meus filhos – caso os tiver, e forem bondosos o suficiente, me farão companhia para que eu nunca me sinta solitário novamente? Não. Não. Somos todos animais solitários. Essa é a natureza da condição mortal, porque fomos separados de Deus. Assim, quando falamos sobre o cenário de entrelaçamento final, a parte incomensurável relativa a essa questão é que a solidão se esvairá, e que retornaremos à Sua presença e nos sentiremos completos, inteiros, seguros – uma parte do todo. Seremos, então, banhados pelo amor celestial de Deus e do Salvador. Essa é razão de ser um salvador: Ele veio para trazer toda a família humana para dentro desse círculo eterno Quando usamos a palavra envolvidos isso implica que todos estamos juntos. Toda a família humana que confessa o Seu nome e toma disso será reunida em amor, de uma maneira que nem podemos imaginar.
RICHARD HOLZAPFEL: Parece que o desejo de Deus desde o início era de compor uma família que seria eterna. Seus filhos viriam à terra para experimentar a vida em todas as possibilidades, enriquecendo assim sua jornada para tornar-se como Jesus. No entanto, Jesus como o primogênito, o proeminente filho de Deus, preferiu cumprir o desejo de Deus, sabendo que ao cumpri-la, traria a imortalidade e vida eterna homem, a todos que já viveram, que vivem e que ainda viverão. Como o Deus do Velho Testamento, Ele anunciou a Sua lei e o Seu convênio, prometeu redenção à Israel. O cumprimento final dessa promessa aconteceu no próprio nascimento de Cristo, quando Ele veio como o Filho de Deus, o Unigênito amado, e foi por meio dEle, de Jesus de Nazaré, que o amor de Deus foi verdadeiramente manifesto
GAYE STRATHEARN: Os passos mortais de um homem no meridiano dos tempos, mesmo o Jesus de Nazaré, realmente foi somente uma continuação dos passos iniciados na infância do universo. Antes da fundação da terra, a família de Deus depositou a sua fé no primogênito do Pai, a figura central de um plano elaborado para exaltar os filhos de Deus.
JOHN TANNER: Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles, porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima” (Apocalipse 7:16).
JUAN HENDERSON: Sem o Salvador, o plano do Deus Eterno e nosso Pai no céu – seria frustrado. A não ser que o Salvador soltasse as amarras da morte para que nós pudéssemos ressurgir como Ele e viver eternamente. Sem o Seu sofrimento no jardim do Getsêmani, não nos libertaríamos caso nos arrependêssemos de nossos pecados, e também não nos tornaríamos verdadeiros discípulos de Cristo, sem colocarmos de lado o homem natural. Sem o papel do Salvador no plano de Salvação, não seríamos nem ao menos capazes de estar na presença de Deus. Caso fizermos a escolha correta, poderemos seguir o Salvador e fazer as coisas que Ele nos convidou a fazer, a fim de voltarmos a viver ao Seu lado para todo o sempre.
RICHARD HOLZAPFEL: A intenção original do Pai era de nos trazer nos de volta como uma única família à Sua presença, e Ele escolheu Jesus de Nazaré, Seu primogênito, o Senhor Deus Jeová, o Deus do Velho Testamento, o Messias Jesus, o Jesus ressurreto, para fazer a Sua vontade. Ficamos, então, assombrados pelo fato Dele ter escolhido cumprir, completamente, o último desejo de Deus de levar-nos de volta à Sua presença para que o adorássemos. Assim, o amor de Deus se manifestou, pois Ele morreu por nós enquanto ainda éramos pecadores.
KENT BROWN: Observem o Jeová no Velho Testamento e o Jesus no Novo: o filho primogênito que tornou-se as primícias dos que dormiam, pois ressuscitara. E como o Jesus ressurreto falou abertamente de Sua volta gloriosa, desde aquela época centenas de milhares têm esperado por Ele, Jesus – o Cristo, que reinará durante o milênio de paz e proselitismo. No final dessa época, toda alma terá recebido a oportunidade de aceitá-Lo, ou rejeitá-Lo, como o filho de Deus e o Salvador do mundo. Então Satanás e seus lacaios serão finalmente arremessados nas trevas exteriores e a terra receberá a glória celestial. Então, é nesse momento que as palavras terrestres de Jesus em Sua oração na Galiléia são finalmente cumpridas na íntegra: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.”